Festival Music Azores'25
MUSIC AZORES 2025
ou a Europa aqui tão perto
Terminada a “silly season”, isto é, a época dos festivais de Verão, dos “megaconcertos” e de outros eventos ruidosos, é altura de escutarmos música elevada e transcendente.
E será sempre através da (boa) música que poderemos encontrar um absoluto e uma plenitude, num tempo marcado pelo desconcerto do mundo e pelas muitas e desvairadas dissonâncias políticas. As europeias, por exemplo.
Precisamente subordinado ao tema Ao Encontro da Europa, Music Azores está de volta, resultado de um encontro de vontades, talentos e competência técnica. Este ano a Temporada Musical acontecerá de 14 a 23 de novembro nas ilhas de Santa Maria, São Miguel, Terceira, São Jorge, Faial e Pico, com um programa multifacetado que colocará em diálogo repertórios de música antiga e música dos nossos dias.
Acima de tudo, e numa linha de continuidade e inovação, Music Azores aposta em revitalizar a riqueza do património histórico da música contemporânea, num tempo em que os nossos ouvidos, por questões de preconceito e constrangimento, estão mais sintonizados à chamada “música clássica”. Daí a necessidade de trazer repertórios que tragam um outro aprumo conceptual: diferentes estéticas musicais, novas linguagens, outras sonoridades.
Os concertos serão realizados nos seguintes locais e datas:
1º Projeto: Cantando Admont – Vocal Ensemble
Santa Maria: Vila do Porto, Igreja das Vitórias, 13 de novembro, às 21 h.
Terceira: Angra do Heroísmo, Igreja da Misericórdia, 15 de novembro, às 19 h.
São Miguel: Ponta Delgada, Igreja do Colégio, 17 novembro, às 21 h.
2º Projeto: Mütter & Tertuliano – “Amidst /Entre”
São Miguel, Ponta Delgada, Palácio de Sant´Ana, 15 de novembro, às 17 h.
São Miguel, Ponta Delgada, Igreja do Colégio, 22 de novembro, às 21 horas.
São Jorge, Calheta, Museu Francisco de Lacerda, 17 de novembro, às 21h.
Faial, Horta, Igreja Matriz, 19 de novembro, às 21 h.
Pico, Lajes, Auditório do Museu dos Baleeiros, 21 de novembro, às 21 h.
No 1º Projeto destacam-se as peças de compositores contemporâneos da Áustria, Suíça e Portugal: Beat Furrer, Annette Schmucki, Helga Arias, Nadir Vassena, Orlando di Lasso e Emanuel Frazzão Pereira.
No 2º Projeto teremos a oportunidade de assistir a um concerto de trombone e contrabaixo protagonizado por dois músicos de eleição: o alemão Bertl Mütter e o brasileiro Antonino Tertuliano.
Uma coisa é certa: não escutaremos música previsível e acomodada, mas sim música com substância e não adornos; música com ideias e não efeitos. Os concertistas, atuando por via da sensibilidade e da emoção, sabem que a música não vale por ser nova, mas por ser boa. Por isso nunca colocarão a originalidade à frente da qualidade.
Serão concertos densos e intensos. Densos a nível dos coloridos harmónicos, dos contrastes rítmicos, da originalidade tímbrica e da solidez formal dos temas a apresentar. Intensos, dada a expressividade interpretativa dos cantores e à técnica brilhante dos músicos. Através dos sons e dos silêncios, músicos e cantores saberão interpretar (e interpretar é recriar) sentimentos, emoções e estados de alma. Os deles e os nossos.
Viva a Música!
Victor Rui Dores