12 meses, 12 peças: maio
✨ 12 meses, 12 peças: maio✨
Terrina
Data: Século XX
Autor: Fábrica Vieira
Produção: Lagoa, Ilha de São Miguel
Descrição: objeto de barro cozido, vidrado e pintado, produzido na fábrica Vieira, Lagoa. O fabrico de peças de cerâmica iniciou-se em São Miguel em meados do século XIX, sendo a cidade da Lagoa o principal centro produtor. As peças produzidas tinham essencialmente uma função utilitária e de uso doméstico.
Devido às suas dimensões, esta terrina era utilizada durante as festividades em louvor do Divino Espírito Santo, para servir as tradicionais sopas.
Contexto histórico: A invocação ao Divino Espírito Santo é, sem dúvida, a maior festividade religiosa dos Açores. Apesar das diferenças culturais na forma como esta festa é celebrada nas várias ilhas e dentro de cada uma delas, todas têm como intuito exercer a caridade, incentivando atitudes e valores verdadeiramente humanistas e solidários.
Este culto, que remonta ao século XIV, é uma das mais antigas manifestações do catolicismo popular português, achando-se que teve origem, em 1320, num convento franciscano, em Alenquer. Difundida pela Rainha Santa Isabel, que prometeu ao Divino Espírito Santo espalhar a fé pelo mundo caso a terceira figura da Santíssima Trindade intercedesse junto da sua família, pondo fim aos desentendimentos entre o seu marido, o Rei D. Dinis, e o seu filho legítimo, D. Afonso.
A partir daí, uma coroa encimada por uma pomba, símbolo do Espírito Santo, começou a viajar em peregrinação por todo o território português de aquém e de além-mar.
A tradição quase que desapareceu no continente português, mas manteve-se viva nos Açores, até aos dias de hoje, associada às catástrofes naturais que atingiam o arquipélago, à fama dos seus milagres, à vida difícil e ao isolamento das ilhas.
As Festas do Divino Espírito Santo são, igualmente, uma das maiores manifestações da diáspora açoriana, quer no sul do Brasil, quer na América do Norte e nas Bermudas, fruto da emigração ocorrida desde o século XVIII.
O impacto destas festas é de tal ordem, que a segunda-feira a seguir ao domingo de Pentecostes é feriado regional, Dia da Região Autónoma dos Açores.